O tradicional Folar de Olhão tem por dentro uma calda de caramelo. O folar é muito doce e o creme de caramelo umedece a massa. “É feito por camadas. Em cada uma leva açúcar amarelo, canela e margarina. Por isso é que eles são bem doces, ” explica Anabela Rita, sócia gerente da João Mendes & Rita, a empresa familiar que vai na terceira geração e detentora da receita do folar que em 2019 foi eleito como uma das 7 Maravilhas Doce de Portugal.

Este ano é uma exceção porque na altura da Páscoa, quando há mais procura, a produção diária chegava quase às duas mil unidades. O folar de Olhão passou a ser produzido “o ano todo. Nós fabricamos ao longo do ano. Claro que o pico de venda é na Páscoa. Também se vende muito na altura do Verão, em Agosto, quando muita gente está de férias.”

Para se produzir em grande quantidade é preciso muitas mãos porque parte do processo é manual. “É muito trabalhoso porque é feito às camadas. Temos uma amassadeira e depois uma máquina onde se estende a folha. A seguir é tudo manual. É camada a camada e cada uma leva açúcar e margarina. É trabalhoso por isso.” Acresce que a massa é colocada “nos chamados de púcaros. É um bolo muito artesanal.”

Anabela Rita produz os folares de Olhão há 36 anos e a empresa tem clientes habituais que fazem encomendas. Também colocam os folares em grandes superfícies. É um salto enorme, em três gerações, comparando com a avó do marido, a autora da receita que há pouco mais de 70 anos fazia os folares apenas para as amigas na quadra da Páscoa.