Jack é sem dúvida uma personagem interessante, entretanto ele não nos chega a arrebatar, por inúmeros problemas técnicos que apresenta o filme, em todos os seus setores. Apesar de ser uma boa fotografia de Paulo Menezes aip, que nos apresenta uma aridez e envelhecimento da imagem, o argumento, direção e montagem (com João Rosa) de Susana Nobre é confuso. Desde o título do filme, que tem um significado muito mais global do que prático no filme, ficamos esperando qual é a força que esse táxi tem para o argumento. No filme o táxi foi a ocupação do Jack no seu passado, e nada disso é usado em seu presente. O que vemos em quase que 70`de filme é um homem que conta de forma superficial a sua vivência na América; e não aprofunda em tempo algum as suas experiências, em um táxi. Apenas cita superficialmente que já levou em seu táxi Jacqueline Kennedy, e ficamos sem perceber se daí poderia sair algo mais, ou se é só isso mesmo?  Nenhum aprendizado maior, nenhum retrato de época contundente, nenhuma história mais relevante com passageiros, anônimos ou famosos, na Big Apple? Tivesse ele trabalhado em uma fábrica, ou apenas como garçom, teria ele as mesmas andanças que teve com o seu táxi; que não pareceram muitas. Essa impressão é ajudada também pela montagem do filme que mostra Jack a dirigir um carro, que também não é um táxi, apesar dele sempre buscar o seu amigo cadeirante. O que nos faz perguntar também, como óbvio, porque ele ao retornar à Portugal, não buscou dirigir um táxi, que poderia ter o seu ponto de partida no aeroporto? Isto faria com que ele treinasse o seu inglês, não perdesse as suas conquistas “americanizadas”, e também não tivesse problemas de recolocação no mercado de trabalho; e com as suas contribuições para a reforma. Ou seja, o argumento, a direção e a montagem deixam grandes brechas, sejam elas com a fragilidade dessa história e personagem, seleção de imagens e assuntos; assim como temos alguns problemas de captação de imagem, angulação, enquadramento e na captação de som. Muitos momentos não conseguimos ouvir várias frases, e muitas cenas ficam por demais escuras.