
Foto exclusiva para coluna da escultora e artista plástica internacional Vera Roesler
A artista Vera teve o grande privilégio de ser filha de uma artista maravilhosa, Inge Roesler. Com ela e através dela ingressou desde menina no mundo das artes plásticas, no Rio de Janeiro. A partir de então, teve a oportunidade de conhecer alguns dos maiores artistas brasileiros, e de fazer cursos diversos no Museu de Arte Moderna, de estudar na Sorbonne, em Paris, e de ter participado da primeira gestão do incrível Rubens Gerchman no Parque Lage, com cursos e grandes mestres. Foram aprendizados infinitos, que lhe marcaram muito.
A escultura foi o seu primeiro universo escolhido ao começar a fazer arte. Sempre desafiadora, a escultura implica muita paciência e dificuldades com os materiais. Mas considera sua trajetória bem sucedida, ganhou prêmios e fez várias exposições individuais e coletivas, com grande aceitação.

Os temas escolhidos sempre buscaram os mistérios e as belezas da flora e do mundo marinho, onde esta representatividade possa transmitir levezas, encantamentos e interatividade para o espectador. Tudo atrai e se distancia formando novas configurações. Acredita que a escultura é um “ser”, presente em qualquer ambiente e com uma enorme força de sedução, comenta Roesler.
As suas maravilhosas cerâmicas são feitas de mármores, resinas, fios de cobre, bronze, etc. Quase não usa cores, a suas cores prediletas ficam sempre pelo branco, preto, sombras e tons queimados, que ama. O mais importante é o resultado final, com seu impacto visual, comenta.

Sempre desenhou, porque na escultura ela parte da criação bidimensional para o desafio do tridimensional. São muitos os projetos e qualquer papel, bloco, agenda, e onde mais houver espaço Vera estará com os seus rabiscos e anotações. É onde reúne as muitas indagações e propósitos, com a ideia do gestual longe do corpo, da matéria a ser trabalhada, com intuições e fineza de espírito.
A artista não dá ouvidos ao mercado – a criação às vezes exige surdez para algumas coisas. Nesta abordagem, não existe de sua parte nenhuma vontade de impor, mas uma necessidade permanente de despertar o prazer, a curiosidade, a troca.

Ela Segue sempre praticando: foi deste modo que se construiu-se. E de fato, segue apenas um propósito como artista, aquele que procura, procura, e às vezes encontra.
A pintura, com o encontro das cores e infinitas possibilidades, tem trazido um enorme prazer para ela. Nada como uma tela em branco, que até pode ser assim, nua, pura, cheia de nuances e texturas. O grande vazio que nos preenche, fala com entusiasmo.


Coloca aqui, algumas experiências e realizações que considera muito importantes na sua formação: além dos cursos citados acima, também foi Diretora de Arte da Gravadora Som Livre por 9 anos, com a criação de inúmeras capas de LPs e comerciais para a TV Globo, fez a Coordenação do Centro Cultural Cândido Mendes / Ipanema, e diversas exposições individuais e coletivas em espaços como Casa de Cultura Laura Alvim, Centro Cultural dos Correios, Galeria CCCM / Ipanema, entre outras. Hoje tem seu ateliê de arte e cerâmica, onde dá aula há 26 anos. E sempre na persistência do fazer, na busca pelo prazer, e no intuito de se encontrar, um constante desafio, finaliza Vera Roesler.
Fotos de: ALEXANDRE SANT’ANNA